sábado, 5 de abril de 2008

O playlist do meu vizinho

Ah...meu obscuro vizinho(en passant, seu nome é Kurtz) resolveu voltar da semana de férias...Ufa, estou com uma estranha alegria, pois fiquei uma semana sem ouvir suas noites musicais, o que me deu a sensação lúdica de estar sózinho no mundo. Mas agora sua casa está iluminada e a musica começa a fluir de lá.
Que show, galera, que show...vou dormir como um anjnho...espetacular...ouçam:
Set acústico:
1) Rolling Stones - As tears go by
2) America - A horse with no name
3) Kansas - Dust in the wind
4) Fleetwood Mac - Landslide
5) Led Zeppelin - Tangerine

O sussurro de Ulisses


Pode ser um reencontro...ou uma despedida?...a chegada é sempre um surprêsa e a partida é sempre um desafio; Pois que o nos espera é desconhecido, para ambas.
As encostas vão ficando ao longe...outro pôr do sol nos espera, outras alvoradas, outros sorrisos e outras paradas em vários portos, o que caracteriza um encontro de nós com algo que ainda não conhecemos. Na jornada levamos o essencial: um pouco de coragem, outro de bom humor e claro, um sorriso especial para essas ocasiões...tudo devidamente guardado dentro de nossa caixa temporal.
A imagem que guardamos é a todos que conhecemos; Suas frases, seus receios, seus sonhos...E o vento...vento soprando e nos empurrando a frente, como que nos dizendo ao ouvido: "Segue o caminho, nada tens a temer...apenas segue, és só um homem no mundo..."
E a partida se torna um outro encontro, onde quem nos recebe é outra pessoa, mas com traços marcantes de quem já conhecemos.
Deixamos para trás alguns sonhos desfeitos, poucos inimigos e um pequeno mas bom motivo para voltar um dia. E a gente chega, outro lugar, outra realidade, mas sempre você está lá, o que o torna quase feliz...felicidade que se realiza na chuva que agora cobre o oceano, trazendo uma lembrança quase apagada, do vaso de flôres que ficou pra fora.
Posso dizer que é uma força da natureza a vontade que temos do encontro, que aliás, é uma arte!
Encontro da ida e da volta...a arte de ver além, e usufruir de um olhar...penetrante, desvendando seu íntimo e devorando o que você contém.
Mas o vento continua a soprar seus segredos...agora ele nos diz: "...pare pelo menos alguns minutos e olhe em volta...não convém seguir rápido demais pois não temos a capacidade de ultrapassar a nós mesmos..."
E nós olhamos em volta...e sentimos o movimento...indo e voltando...ficando um pouco, para seguir logo e olhando bem nos olhos, para guardar o momento e levar algo para o futuro.
O futuro...lugares que desenhamos e aguardamos...alternativos, desconhecidos, desafiadores...e sempre conhecido, sempre com um ponto de referencia para nossas viagens.
E nos encontramos...lá ou cá...chegando ou partindo...onde a única certeza é a imagem que guardamos na caixa temporal, onde o único portal está ainda trancado, mas pronto a receber quem não, por engano ou arrogancia, tiver esquecido a chave.
E claro, existirá sempre o retôrno...o eterno e inescapável pôrto onde você se encontra, numa ponte com seu guarda chuva, aguardando quem chega de algum lugar conhecido.

One night in St Louis

Chove na ilha...mas, ah, ontem a noite não...estrelas e tudo o mais(?)...dava pra ver o farol ao longe...e como sempre, fui tomar um café na varanda. Um navio estava deixando o porto de Delos e divaguei com ele até desaparecer na noite...imaginando a ultima vez que embarquei e fiz um passeio através de um rio nos estados unidos...noite igual a essa, só com uma pequena diferença: the shining moon!...uau...brilhava muito; E claro, estava no deck apreciando meu drink quando ví um bote se aproximando e comecei a prestar atenção.
E sou bom nisso...observando os personagens daquele pequeno episódio do meu passeio, em menos de meia hora, já havia obtido as informações que precisava. Um carro havia sofrido um acidente corriqueiro perto do pântano e a unica saída para os passageiros era um bote que os levaria até o barco(em que eu me encontrava), que estava passando naquele lugar nesta hora. Subiram duas mulheres, uma loira e outra morena, Elizabeth e Liv...e após se instalarem, foram jantar, já que só chegaríamos a St Louis dentro de duas horas. Mas, voltando a minha solidão, encostado a barra da amurada, fiquei noite afora...observando o rio, com seus mistérios e lendas, aliás, ouvidas ali mesmo por um dos passageiros, na roda que se formou a minha volta. Ao me virar e seguir até o restaurante, encontrei Liv...bem, foi uma topada literal...rsss, mas enfim, após as desculpas, percebo que atrás daquele sorriso enigmático havia algo...sou assim mesmo, sorry, vivo buscando a atlãntida lá em Santorini...fazer o que né?...enfim, ela seguiu e deixou cair um batom acho...e eu num reflexo de tempos antigos, o peguei e chamei sua atenção...mas não era um batom, não...era uma espécie de cápsula cilindrica com uma inscrição estranha...(ahhhh, essa história fica pra uma outra vez)...e ao devolve-la, Liv me pergunta o nome do rio...o que nos faz conversar por um longo tempo...contando coisas do mundo e das pessoas...e de nós mesmos, o que me faz imaginar como é precioso o tempo que passamos com uma pessoa doce. Precioso e caro...muito caro; Nos faz querer eternizar qualquer lembrança daquele momento...Capturar uma fragrancia, aprisionar um olhar, um sorriso...e guardar dentro do coração para ter a certeza que a lembrança não se apague...Uma pessoa doce tem o dom de nos acalmar...bem no meio de uma tempestade; Seu toque produz magia...fica aquela estrelinha brilhando dentro de seus olhos, a algumas borboletas voando dentro dos ouvidos. Uma pessoa doce faz a gente querer o mundo inteiro assim...mas aí seria o paraíso...e teríamos anjinhos atirando flechas por todo o lado?...Mais importante: uma pessoa doce fala em ondas...que nos lembra o oceano, que me lembra a ilha, que me lembra sua silhueta na praia, que me faz voltar a varanda, nessa noite estrelada e para meu café...Ah...conhecer voce foi tão bom...e olhando a praia nessa hora, fico feliz em poder me lembrar bem de voce...posso imaginar um barco chegando ao porto e quem sabe, dentro dele, voce desça pela escada e pegue uma bicicleta daquelas do porto e venha até minha casa, para dividir o café...trocar figurinhas...idéias...e quem sabe, a gente rí um pouco das coisas que ainda podemos fazer...mas começa a chover agora...e chove fino...e o friozinho vai se instalando sorrateiramente...o que me faz entrar...e imaginar ainda uma vez como seria com voce aqui...bem...a musica continua tocando...
Simply Red/Stars

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Hoje é dia de Shen Long

Pois é...reunidas as esferas do dragão, agora posso fazer meu pedido...humm...vejamos:
Só coisas boas podem fazer parte do mundo, então, menos desmatamento, menos ganância de quem tem tudo e sempre quer mais, menos deslealdade entre voces dois, mais gente doce no mundo, um pouquinho mais de sorrisos nestas faces apagadas, menos malícia no relacionamento, please! Menos falta de vontade ao realizar algo, mais empenho na sua missão, mais visão ao deparar-se com algum talento, cabeça mais aberta ao orientar esse talento; Mais diálogo, mais abraços, more kisses, mais movimento, mais pensamento...Paz...muita paz entre todos...chega de sussurros ao divulgar a esperança, gritem! Mais sonhos espetaculares, infinitos, pois um sonho pode ser do tamanho de sua imaginação. Mais cafézinho, pão doce e muita pipoca...Mais comida pra quem não tem e um pouco mais de compaixão pra quem tem muita; Força gente...muita força que a parada é hard...enfim...acho que era só um, né?...ok então...vamos ver qual dá pra se realizar...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A song for a snake

Noite fria...ah, essa está mesmo...apenas lembrei de uma pessoa que vivia viajando por lugares exóticos; Seu hobby era observar a vida selvagem, coletando dados e mais dados. Mas o mais importante dessa atividade era o fato de que, por mais dados que coletava, não deixava de sentir a poesia de cada habitat que visitava. Lutava pela preservação ecológica; Gostava de animais...isso sim...com muita paixão. Serpentes em especial, meus amigos e amigas, serpentes...Seus documentários ficaram na história, e nós tivemos o privilégio de vê-los na íntegra, antes de editados. Mas não é esse o foco; Ponto de honra: Possuía em casa algumas especies, das quais tratava com carinho e dedicação e por fim tatuou em seu braço uma delas, num desenho lindíssimo, o que destacava mais ainda sua beleza interior. Beleza que deixava a mostra naturalmente, em conversas e viagens. Isa era o tipo de pessoa que cativava as pessoas ao falar...paixão indiscutivel em cada palavra e em cada gesto(by the way, bem expressivos!). As serpentes já haviam se acostumado com os movimentos amplos de braços e mãos...Tanto que, ao aproximar-se delas, parece que percebiam sua protetora...e vinham rápido, mesmo já alimentadas. Um show!
Ela saía em viagem e desaparecia por 2, 3 e até 5 meses; Quando voltava, era uma profusão de imagens em fotos e vídeos que não acabava mais.
Uma serpente é uma serpente...ela fazia parte já dessa tribo...living with the snakes...Meu pensamento hoje é seu, amiga...continue a espalhar esse sentimento por todo o planeta. Continue a não se deixar levar por aqueles que não entendem o que vai pela sua cabeça.
a musica que vou ouvir é aquela do aerosmith, ok?
Rattlesnake shake

domingo, 30 de março de 2008

Time for remember

Me lembro um tempo...onde estávamos mais ou menos juntos; e num mesmo momento, juntos demais. Vivíamos ao vento, velas abertas, sempre chegando ou partindo, e sempre lado a lado.
Faz muito tempo...mas a sua imagem as vezes me vem a mente...e lembro de castelos, florestas e colinas; Um quadro ficou na minha visão: voce correndo por um campo onde só a chuva era nossa companheira...mas o sol brilhava e podia ver entre seus cabelos alguns raios...éramos um par em meio a tantos, e disso sinto falta.
Tempo em que não havia distancias nem o próprio tempo...nós tínhamos o poder de estender o momento, lembra?...Um pensava e o outro já estava ali...O outro pensava e as coisas aconteciam...lembra?...Um sonho era apenas um modo de viver o próximo dia, guardando cada minuto juntos dentro de uma caixa, como se soubéssemos do futuro.
E os ventos sopravam...brisa que apenas deixava sua face mais brilhante com um sorriso espetacular que não seria possível esquecer. Seu sorriso...ah...capítulo a parte, perdi a conta dos dias em que nada dava certo e era só olhar pra voce e...puff...tudo se acertava.
E sua imagem é a sensação mais nítida que tenho...guardada na caixa temporal...não uma foto, mas a lembrança viva. Não haveria foto que registrasse o que voce é...
Mas isso foi antes...muito antes de vivermos nossas vidas...muito antes das tempestades, muito antes das palavras ditas tão rápidas, muito antes de acordarmos e sermos apenas um e dois.
Sabe, sinto falta de ouvir suas palavras ditas tão baixas e eu pedia para voce repetir; sinto falta de lugares que nem sei mais onde ficam...mas sei de uma coisa: eles existiram uma época...pode ser passado ou futuro...e a busca pode ter ainda nem começado.
mas hoje, por enquanto, sou só eu...sem nós.

Where are you?

e esse me leva de volta...(...)

Água...água...

esse clip me desestressa...

Manual operacional (o mundo alem da sua janela)

Uma amiga de longe me lembra atraves de um e mail(adoro e mails...quer acessório mais prático que isso?) que está deprimida em razão de algumas pessoas tentarem de todo modo dissuadí-la de deixar sua atividade e dedicar-se a jardinagem para o resto da vida(?)...o que me leva a pensar que essa amiga tem já pronta uma programação para esse tempo...Uau!...duas vezes Uau!...que percepção...que grandiosa antevisão da vida...enfim, ela está deprimida...e esse e mail me lembra um livrinho que achei numa banquinha de jornal há uns 25 anos atrás mais ou menos, que trazia na capa o seguinte título: "SOU O QUE FAÇO-manual operacional"...nele havia alguns textos do autor que tentavam explicar a nossa insignificância diante do imenso universo que nos rodeava...(hum...sempre desconfiei desses títulos)...
E assim estava escrito(sic)...
Página 22...linha 47 a 49:
"...Não tente entender as pessoas...concentre-se em tê-las por perto...voce vai ora falar e ora ouví-las...e vai senti-las presentes...e poderá amar ou odiar...mas ao ficar pensando, compreenderá que o entendimento é básico: aceite-as ou não!"
Pagina 28...linha 12:
"A única pessoa que vai ouvir voce é...voce mesmo...ainda assim, as vezes ficamos insuportavelmente felizes."
e finalmente...
Página 50...linha 3 a 6:
"...A felicidade de uma pessoa é algo lúdico...abstrato...ilusório...nem sempre um momento bom é longo e vice versa...mas um bom momento pode ser estendido...Nosso pensamento nos engana todo tempo, cabe a nós entendê-lo e fazer o que precisa ser feito...nada mais...nada menos...apenas que precisamos não encher-nos de culpa e vivermos justificando cada ato...escolhendo por fim nos aceitar como somos e aos outros apenas conviver..."
Pois é...êta livrinho pretensioso...diante do tempo, as letras do nome do autor foram apagadas e pra piorar a capa era clara...rsss...mas a edição era de 1947...tempos dificeis não?

Sobre coelhos e vacas...

15 graus no ambiente lá fora...hum...um solzinho meia boca e eu olhando o dia de minha sala...bom, quando me bate essa sensação, resolvo fazer coisas meio desconexas.
Tipo sair de casa por nada e justificar pra minha consciencia que fiz algo...'tá bom!
Em 1890, um homem, que era cheio de inventar trecos, e muito famoso em sua cidade de origem, acho que austríaca, se não me engano, resolveu acordar com o espirito igual ao meu...era manhã de novembro...fria...muito fria...e ele imaginou que o fato de ficar dentro de casa era inconcebível diante da maravilha de...sentir o frio na pele, enquanto os resto das pessoas resolvia ficar dentro de casa, sãs e salvas.
Ele era prático, tipo alguem que quando quer algo, não pede...faz!...apesar de algumas tarefas do dia a dia, era necessário um ajudante...e ele foi acordar o coitado, que, claro, levantou xingando até a sexta geração de alguma familia; Pois bem...saíram os dois pelo campo até encontrar um coelho...tentando sobreviver, comendo algumas raízes. O velho e o ajudante pararam diante do coelho que tambem parou de comer e ficou olhando, meio que receoso, mas imóvel diante dos dois, como a imaginar o que seres humanos faziam naquele frio.
O velho fez algums anotações e pediu para o ajudante pegar o coelho...apesar dos protestos, lá foi o rapaz correndo e pulando atras do animalzinho...aí, claro, o coelho viu que a coisa não era boa e saiu em disparada, encontrando uma toca e desaparecendo...diante da derrota, o rapaz se desmanchou em explicações e acabou ouvindo um "ínútil" do velho, que a essa altura, já estava quase azul por conta do frio.
Mais adiante, uma vaca pastava calmamente, quando percebeu a chegada dos exploradores...mas, continuou sua atividade...e o velho já escrevia trêmulo...meio que embaralhando as letras no papel...e o ajudante agora com medo dele pedir para pegar a vaca...
Foi desconversando...olhando a paisagem e dizendo que mais a frente poderiam ver pássaros da neve...Nisso, o velho desmaia. O rapaz fica sem ação. Estava muito frio, o que deve ter levado a uma crise...de idade talvez...mas o rapaz tenta reanima-lo...e após muitos "acorde" e outros chamamentos, o velho abre os olhos e diz em voz sussurrada: "enfim posso dizer que somos animais".
Claro que o rapaz não entendeu...mas ficou feliz de poder voltar para casa com o velho...e eu poderia dizer que viveram felizes para sempre...Mas, volto a minha sala, tentando explicar a minha consciencia que lá fora talvez não haja coelhos nem vacas e que talvez esse tempo não atraia tantos "animais" assim. Vamos pensar da seguinte maneira: a gente vive correndo...levanta-sai-trabalha-volta-se alimenta-sai-trabalha mais um pouco-sai-volta-e fica nesse movimento o dia, a semana...enfim...é bom tirar alguns momentos para fazer... nada.
Ah...claro...não faz frio onde voce vive...sol e uma boa vista...certo?...quem tem medo de um dia de frio?
E a propósito: não vou te visitar neste verão...vou ficar aqui ouvindo
Roberta Flack/Killing me softly