
Havia um poeta na festa; melhor ainda, se dizia apenas um homem, mais nada. Mas percebia-se um poeta, por todos, aliás. Não ia pra lugar algum, nem estava chegando, estava lá, só isso. Ouví algumas pessoas comentando, outras spo indiferentes, como a maioria, afinal se tratava de apenas um poeta. Ao olhar, não se pensava nada, a principio; Sua face estampava um sorriso falso, como se guardando um segredo, mas, todo poeta é cínico, então não há surpresa aqui.
Sua solidão tambem era falsa, assim como talvez todos seus sentimentos, porque o poeta é bom apenas em falar dos sentimentos dos outros.
Seu personagem era bem construido, para uns, um coitado, enquanto outros o viam como um anjo. As discussões aumentavam na festa, conversas sem intresse para nós, mas para êle...um achado!
Uma descoberta que ele usava ali mesmo, desvendando cada um dos ali presentes. E eu notei que todos estavam interpretando outro papel...tarde demais.
Sentí que ele não pedia nada, mas andava de um lado para outro, conversando. E seguia esse caminho na festa, sem que ninguem percebesse seu desejo.
Em algum momento o perdí de vista. Não ví mais o poeta, mas, percebi sua presença em cada palavra dita nas conversas ou discussões.
Ele havia indo embora. Sem identidade ou saudades.
A festa continua sempre...disseram que ele volta...porque? não se sabe!
Mas os poetas são assim; a qualquer momento, eles aparecem e se tornam o centro das atenções, afinal, eles são bons pra falar de sentimentos...seus, por exemplo!