sábado, 11 de dezembro de 2010

O ATO

A bailarina não foge do guerreiro. Ao contrário!

Seu corpo flutua no silencio. Seus olhos são como flechas na direção certa.
Afasta-se por um momento, como a advinhar a posição do inimigo.
E volta-se com maior ferocidade, envolvendo o corpo adversário num
movimento gracioso...e mortal.
O guerreiro não entende o golpe. Desvia-se no ultimo segundo. Mas fica ferido. E tropeça. E cai.

Ela observa desconfiada. Ela dança, mas não conhece os mistérios da batalha. Ela salta a frente. E se abaixa para olhar nos olhos do guerreiro.
Não há palavras. Ele ergue os olhos com a mão na ferida. Levanta s braços e consegue agarrar seus
cabelos. Ela tenta escapar. Sem sucesso.
O guerreiro se põe de pé. E grita ferozmente em seus ouvidos. Ela chega a se assustar. Mas entende.
O ato da vitória é supremo diante da submissão. Ela sorrí. Ele tambem.
Ao vencedor, o corpo!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Espera

Minha amiga tem um dom. Ela espera!
Sem porque ou quando, nem alguem.
Sabe como poucos o que fazer, e ao mesmo tempo, sonha com o mundo.
Sobra tempo no seu dia. Não esquece datas.
Sorrí muito. Uma boca linda e um cabelo feito pra balançar ao vento. Na medida.
Minha amiga nem sabe que existimos. Ela apenas percebe. Nos vê ao longe. Silhuetas.
E ela dança. Movimenta-se. E sorrí mais uma vez.
Esperando um tempo nôvo. Um tempo que, ela acredita, vai trazer alguma coisa diferente. Sem travas ou vícios. Sem perguntas. Despido.
O importante da sua espera é que nós, os de longe, não precisamos perder tempo em advinhar.
O único fato é que ela estará ali. Ou aqui. Depende de onde ficamos.
E queremos desfrutar de seu dom. Que bom que você existe.