A porta

Ela ia e vinha pelo corredor da casa...imensa naquela tarde de domingo, bem maior do que já havia notado em duas semanas morando nela.
O relógio da sala marcava uma hora qualquer; o tempo escorria, literalmente.
A porta havia se fechado recentemente, ainda podia ouvir o som dela se fechando.
Alguem saiu! E ela olhou escondida pela janela.
Sem mêdo, sem pudor, sem lágrimas nos olhos ela percebia seu mundo ficar cada vez menor...era uma rua pequena, com árvores e muita gente passeando sem rumo.
Quem havia saído pela porta? Ela não queria descobrir; O cheiro do perfume era forte no corredor...e ela seguiu aquilo que acreditava: os sons!
Apenas uns passos, a batida da porta e o vozerio da rua.
Olhou pra trás. Voltou 3 passos. E um novo som a esperava perto da porta fechada: uma voz dizendo "Sonhando?"
Se assusta...pisa em falso e cai levemente de joelhos...olha pra cima...abaixa a cabeça e encontra a cama.
Se cobre lentamente e fecha os olhos...sonha?
Não sabe dizer. Apenas quer saber quem saiu...e percebe que já é de noite...hora de voltar a viver.

Pelotão! RECUAR!!!

Há névoa bem a frente...atenção: recuar lentamente em seus próprios passos.
Mas é bom lembrar-vos que uma retirada é apenas um breve momento, e o ataque pode ser melhor planejado.
Haverá tempo para curarmos os feridos e sentar-nos a fogueira o anoitecer; Beberemos com prazer e estaremos reunidos.
E melhor: esperaremos confiantes o inimigo, pois assim, saberemos o nosso próximo passo.
É a vez dêle, caros soldados, é a vez dêle!