
Naquela noite ele não saiu de casa, nem ela.
Ficaram sem ter o que fazer por toda a longa e entediante madrugada, pensando um no outro; E imaginaram um jantar simples, num boteco qualquer, num beco qualquer.
E falavam coisas...de como ela era doce, de como êle era observador; Falavam de economia, política, felicidade...ahhh, êsse tema é tão extenso, pensava êle...e, claro, de como esse tema era ilusório, pensava ela.
Em frente a casa dêle havia um poste iluminando a calçada...já em frente a casa dela, havia uma enorme seringueira...centenária.
Algumas partes da casa dêle estavam escuras; na casa dela, não havia uma lâmpada sequer acesa.
E o jantar simples evoluiu para um passeio até o rio; Caminhada tranquila, conversa despretensiosa e...muitos olhares.
Ele lembrou que adorava água, ela, de que tinha mêdo de pontes.
Ele lamentou não fazer esse passeio durante o dia; Ela, de que precisava trabalhar.
E os dois, pararam de falar...e ficaram frente a frente...
Ele pretende pronunciar algo...ela toca sua boca levemente com a mão...
Não há necessidade de sons.
O telefone toca na casa dêle; Alguem chega na casa dela.
Pensamentos interrompidos...desejos não tornados reais...e eis que algo acontece na rua escura.
Não há necessidades de imagens!
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