
E então, eis que o feliz e atrapalhado cidadão, após agitar a viagem inteira, se vê náufrago numa ilha bem pequena, com espaço limitado para andar mas de visão infinita ao pôr do sol. E para completar, não ficou ninguem para lhe falar, nem chamar sua atenção e pior, nem sequer uma garrafa, para ser tradicional e poder mandar uma mensagem. Olhando sem acreditar, no que parecia um filme de Felinni, ou que seja, um conto de Kafka, repara nos economicos 2 coqueiros balançando com o vento que soprava abundante. Resumindo: agua e ar ele tinha em estoque! E, andando uns 200 metros rumo ao matagal, havia...bambú!
Então a casinha estava garantida; e os copos, talheres e até garrafinhas com tampas...Ufa!!! as coisas melhoram...côco e peixe...quem sabe lagosta, siri...ora, ora, ora...nunca comia assim em sua vidinha.
O que mais?...nada...não, não...não vai pensar em mais nada...sair dali era uma opção...ficar, uma certeza. E tinha tubarões...serpentes, monstros marinhos...aliás, o mundo é mesmo redondo?...
Fêz varias peças para sua cabana...com bambú, claro, e cipó...ah, sim, extraiu cola de uma vegetação da ilha, fruto de seu conhecimento em biologia.
Passou um tempo...longo tempo...muito tempo...cada dia trazia uma inspiração, e ele se agarrava como a um salva vidas.
O básico da solidão é saber que se está só!...palavras de um náufrago...é óbvio que ele desenvolveu sua própria psicologia...Mas o inevitável acontece:
O barco, enfim, chega a praia...O cidadão olha-o com desconfiança por um tempo. não fala nada...a areia branca da praia esquenta seus pés...a água com tons esverdeados chega fria...o barco atraca...eis então que um de seus passageiros grita:
"Giovanni...Ó Giovanni...hora de ir pra casa...chega de brincar na areia...vamos que está na hora."
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