sábado, 24 de julho de 2010

Pequenas revoltas


...e assim, a linda e exuberante Alice, ainda que bem pequena, decidiu que nem todo mundo merecia sua atenção. Revoltou-se na escola, ao dizer que ja sabia tudo o que seu professor queria ensinar. Pura besteira, dizia.
Na volta para casa, encontrou o carteiro e lhe perguntou se havia alguma carta, vinda de alguem triste. O homem lhe responde que não sabia, pois as cartas só podem ser abertas pelo destinatário. Outra besteira, pensa ela, afinal, é só uma questão de ver de onde vem.
Em casa, via sua mãe, seu pai, os irmãos e o cachorro. Mais um cenário mal montado para seu grande papel.
Resolveu que iria morar no quintal. Numa barraca inprovisada temporariamente com o lençol de sua cama.
Desisitiu após meia hora. Eram muitas as formigas. E ela gostava delas. Mas era incômodo.
Hora do almoço: não iria comer. Nem um pouquinho daquela maionese fantastica que sua mãe preparava só por sua causa.
Greve de fome, pensou. Como nos filmes.
Foi rápido o pensamento. 15 minutos depois, voltou à mesa. O prato estava esperando.
A tarde, chegaram os colegas. 3 para ser exato. Iriam passear com a mãe de um deles. Falou que estava com dor de cabeça(coisa de adulto) e foi pro quarto(que não era dela). Sua mãe disse algo imcompreensível, tipo: deixa ela aí, vou dar um remedinho!...Foi o bastante...voltou rapidinho pra sala e seguiu os colegas até o carro.
No caminho do passeio, Alice pensava com calma...o que fazer a seguir? Fugir para a sorveteria? Esconder-se no parquinho? Dúvidas...dúvidas...
Nem um nem outro...Foi conversar com um menino que estava chorando.
Ficou olhando o garoto por algum tempo e mandou uma pergunta: Porque?
O garoto olha pra ela, que não conhecia, e responde com cara de chôro: "Pra ver se minha mãe olha pra mim."
Alice capta a mensagem, rápidamente. Volta para seus colegas. Aguarda o fim do passeio.
Ao chegar em casa, vê de nôvo o cenário do almoço. Para por um segundo em frente a sala e vai pro quarto(dela).
Hora do jantar: Ela planeja um espetáculo. E desce até a sala, bem tranquilamente. A pressa é inimiga da sensação.
Senta na mesa e chora(falsamente). Sua mãe pergunta o que aconteceu. Ela fica em silencio. Na verdade não sabe o que fazer. Sua mãe pergunta de nôvo. Ela continua muda.
Por fim, seu irmão pergunta e ela responde: Pra ver se a mamãe olha pra mim!
No que sua mãe, rapidamente diz que já está olhando pra ela.
.....?????
Alice foi até onde podia. Até onde sabia. Concordou consigo mesma que já era muita emoção pra um dia só.
Amanhã eu resolvo como vai ser o próximo roteiro.

Um comentário:

Lourdinha Lima disse...

Será que no dia seguinte Alice saberia mais? Para onde ir? O que fazer? Ela poderia repetir o roteiro; ou não. Parar de usar de subterfúgios para não fazer exatamente o que queria...